Educadoras e educadores são homenageados na primeira roda de conversa da Flipinha

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O Auditório da Santa Rita teve sua estreia com o início oficial do Programa Educativo nesta quinta-feira, 23. Na roda de conversa “maiS velhoS e maiS novoS”, o professor Sidnei Nogueira e a professora Cíntia Barreto entusiasmaram as crianças e jovens que estavam na plateia e em vários momentos convidaram todos a saudar a presença de professores, enfatizando a importância de quem trabalha com Educação e Cultura.

“Professores são fios condutores, reorientadores, têm papel incomensurável e quero que recebam a minha devoção”, ressaltou o professor Sidnei ao pedir a primeira salva de palmas.

Cíntia complementou lembrando o trabalho com os livros, que devem ser apresentados aos estudantes desde muito cedo. “As leituras da infância são a nossa base, porque é quando estamos descobrindo a vid e o mundo à nossa volta”.

 

Ancestralidade

A educadora Lilian Franciele Rodrigues de Souza participou do Percurso Formativo Sementes 2023 e foi convidada a mediar a conversa, destacando temas relacionados à cultura da oralidade e transmissão de saberes. “O que desenvolveu efetivamente a minha capacidade criativa foi o terreiro de Candomblé. Nós podemos encantar as palavras e jogá-las para o mundo”, afirmou o professor Sidnei, autor de ‘A menina dos cabelos d’água’ (Baião/Todavia), com ilustrações de Luciana Itanifè.Fiquei muito feliz com o modo que as editoras encaminharam a obra, porque uma das coisas que estimulam a leitura é a mediação. E o meu livro convida à reunião, nele está projetada a minha experiência de ouvir e contar histórias. Nós precisamos ritualizar a conexão com as crianças. É preciso ritualizar o lugar de mãe, de pai, professora, tio e tia… Nós precisamos valorizar a criatividade, inclusive valorizar a bagunça e a desordem e o caos. Precisamos valorizar a brincadeira”.

Para o professor Sidnei, o terreiro é o lugar da palavra encantada, que se reencarna quando nós a cantamos. “Crianças e jovens, falem o tempo todo! A palavra é mágica, é encantação, expansão máxima e genuína de Deus. Cantem a palavra”.

Ciele, a mediadora, comenta que as obras dos autores dialogam com a ancestralidade. Enquanto a personagem, a menina dos cabelos d’água, transcende e o cabelo irriga a terra, o cabelo é fonte de vida; em ‘Fala, menina!’ (Oficina Raquel), escrito por Cintia e ilustrado por Luciana Grëther, aprotagonista transpõe uma barreira porque queria ser ouvida. Cintia conta que sempre foi uma criança tagarela e se considera uma adulta agitada. Era uma vez uma menina que tinha uma boca do tamanho do mundo… A leitura foi recebida com entusiasmo pelo público.

“Eu guardava muitos escritos na cabeça, depois colecionei pensamentos em diários, e em 2019 comecei a publicar. Este livro é um convite que recebi da editora e a ideia foi mostrar a dificuldade das meninas diante do machismo. O livro é sobretudo sobre as vozes que são legitimadas”, explicou Cintia. Para finalizar o evento, crianças e jovens subiram ao palco e declamaram poemas.

Foto: Gustavo David (@photosbygu)

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