Lançamento na Flipinha: Livro coletivo “Jenipapos: Diálogos Sobre Viver”

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A Mesa literária “Jenipapos: Diálogos Sobre Viver” lotou a Casa da Cultura ontem na Flipinha 2022. Na plateia as pessoas acompanharam atentas à mensagem gravada pela escritora Conceição Evaristo, que apresentou o projeto do livro coletivo organizado com ensaios de vários autores. Foi através do projeto ” Memórias de Escrevivência” que Conceição plantou a sementinha para a realização de “Jenipapos” e viu florescer a autoria indígena que promove a sua proporia escrevivência. “O próprio ato de indígenas e negros escrevermos possibilita que deixemos de ser objeto para sermos sujeitos da escrita”, afirmou Conceição. No artigo “Descobrimento é o descobrimento ou apagamento do outro”,

assinado por ela, o tema da colonização é tratado para debater a perspectiva da narrativa dos povos invasores. “Quando eles eliminaram a possibilidade de linguagem, eliminaram as tradições, as cosmogonias, a cultura e o conhecimento das línguas maternas”. A publicação de “Jenipapos” é parte do movimento atual de preservação das línguas matrizes.

Na fala de Cristine Takuá, os antepassados, os ancestrais, foram reverenciados. Na abertura da mesa Yaguarê Yamã entoou seu canto e convocou os seres invisíveis para acompanhar o encontro mediado por Isabella Rosado Nunes e Mauricio Negro. “Quero que o meu encantamento e minha maravilha contagie todos vocês”, convidou Mauricio.

Trazendo para a mesa o tema da educação, Edson Kayapó contou sobre o projeto “Selvagem” e o trabalho em quatro territórios educativos coordenado por Ailton Krenak nas escolas vivas. “A Humanidade precisa rever seus valores para compreender, enfim, que educação e escola são o bem-viver”. Para Edson, a filosofia do viver bem enfraquecem a relação do homem com o planeta. “A monocultura de pensamento, a monocultura espiritual e a monocultura humana deve ser substituída pela convivência múltipla e diversa”. Edson ressaltou que o planeta está no alertando sobre os perigos da exploração e os povos indígenas estão abertos para os diálogos interculturais. A vida é ciranda: ou desaceleramos ou iremos virar poeira cósmica.

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